Confira a avaliação do novo compacto de entrada que chega em seis versões, com motor 1.0 três cilindros flex de 82 cv

A Volkswagen marcou para a segunda quinzena março a chegada do novo up!
às lojas do país. O compacto tende a causar agito, pois o carro é bom,
econômico e tem espaço generoso para um compacto. Só o preço que pode
assustar.
Os preços oficiais serão divulgados apenas no dia 4 de
fevereiro, mas a VW já adiantou que a tabela inicial será faixa dos R$
29 mil. “É o novo carro do povo”, aposta o diretor de design da marca,
Luiz Alberto Veiga.
Produzido em Taubaté (SP) – a unidade recebeu investimento de R$ 1
bilhão para ser o “berço” do hatch –, o up! brigará com nomes de calibre
do universo dos “populares”, como os Fiat Uno e Palio Fire, Chevrolet
Celta, Ford Fiesta Rocam e até jovens feras de vendas como Chevrolet
Onix e Hyundai HB20. Afinal, a versão topo de linha deve beirar os R$ 40
mil. E o veterano VW Gol? Pois é, o líder de emplacamentos há 27 anos
vai perder terreno. “Estamos preparados para vender até 120 mil unidades
nesse primeiro ano”, destaca o gerente de marketing da VW, Henrique
Sampaio.
A chegada desse novo carro nacional encerra a jornada do Gol G4. É no
up! que você deve pensar agora quando o assunto for o veículo de entrada
da VW. Um modelo de visual simpático e agradável que sofreu poucas
alterações em relação ao europeu. As mais significativas foram o aumento
do porta-malas (de 221 litros para bons 285 l) e do tanque de
combustível (50 l), a extinção da tampa traseira de vidro e o ganho de
2,6 cm na altura da carroceria.

O modelo é oferecido apenas com um tipo de motorização: 1.0 flex de
três cilindros (o mesmo do Fox Bluemotion) e 82 cv, muito eficaz em
termos de emissão de poluentes e consumo de combustível. Segundo a
Volks, as médias são de 9,1 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada, quando
abastecido com etanol.
Em número de versões, a oferta é grande. A Volkswagen fala em seis, mas
na prática são quatro: take up! (entrada), move up! (intermediária),
high up! (quase completa) e BWR (topo de linha). Esta última se ramifica
em três (black, white e red) e se diferencia das demais por mimos como
efeito cromado nos retrovisores, design exclusivo para as rodas de 15” e
bancos estilizados. Quanto aos recursos práticos, só a opção BWR traz
ar-condicionado de série.
Desde a take up!, porém, a novidade agrada na dirigibilidade e no nível
de acabamento. Detalhes como três encostos de cabeça no banco traseiro,
ajuste de altura para o assento do motorista e isofix e top tether para
cadeirinhas de bebês são de fábrica para toda a gama. Assim como a
qualidade na segurança, pois além dos obrigatórios freios ABS e airbag
duplo, o VW traz o carimbo de nota máxima no crash test da Latin NCAP.

Na cabine, a sensação de nostalgia de Fusca é garantida pelo layout do
quadro de instrumentos e o aplique do painel na cor da carroceria (a
partir da versão high). É um carrinho muito atraente e com predicados de
ergonomia. O motorista encontra com facilidade a posição ideal de
dirigir, tem boa área de visão, além de um banco que acomoda bem o corpo
e um volante de base achatada e empunhadura na medida certa.
Como todo bom “popular”, há detalhes que poderiam ser melhorados no
up!, como o tamanho do minúsculo conta-giros (disponível a partir da
opção move), a saída de ventilação central que não refresca muito, a
ausência de cinto de segurança de três pontos para quem vai no meio do
banco traseiro, além da falta de um porta-objetos mais fundo nas portas
traseiras, de vidros elétricos atrás e de sistema de abertura de um
toque ao menos para o vidro do motorista.
Longe das críticas está o espaço interno do up! Graças ao formato de
caixinha, o interior com 2,42 metros de entre-eixos proporciona boa área
para as pernas e cabeça de adultos com cerca de 1,82 m. Mesmo com duto
central elevado, é possível levar três pessoas grandes no banco de trás
sem muito aperto.

Teste na pista
Ao dar a partida, o novato só decepciona pela vibração incômoda em
marcha lenta. Essa sensação mais perceptível no volante, felizmente,
melhora na medida que o motor tricilíndrico esquenta. Falando sobre o
1.0 12V, as impressões são animadoras, desde que você não se esqueça de
que está a bordo de um modelo, digamos, de ritmo suave. Não é vocação da
novidade deixar todos para trás em uma saída de semáforo. Na pista, o
up! gastou menos tempo que o rival Uno para chegar aos 100 km/h.
As retomadas de velocidade são honestas, embora não arranque sorrisos
do motorista. Mas o up! é o Fusquinha do século 21, lembra? Portanto, o
arrojo merece nota positiva e tem como aliada a competente transmissão
manual de cinco marchas. Com engates curtos, precisos e pouco ruidosos,
ela gerencia bem os 10,4 kgfm de torque, disponíveis com 6.250 rpm.
O que anima de fato é a estabilidade do up! em curvas. A inclinação da
carroceria é mínima e o condutor precisa ser muito agressivo para fazer o
hatch sair de frente ou de traseira, tamanha a neutralidade do carro.
Outro mérito é o isolamento acústico da cabine e o baixo nível de ruídos
do propulsor de três cilindros. No pacote de virtudes, ainda se
destacam a direção elétrica (de série a partir da versão high) de
respostas ágeis e as suspensões, que conferem satisfatório conforto,
filtrando as imperfeições do piso sem deixar o compacto molenga em
excesso. Nos testes de frenagem, os resultados poderiam ser um pouco
melhores. Com 958 quilos de massa, o up! tomou mais distância que o Uno
para ir dos 100 km/h para a imobilidade.
O novo Volkswagen nasceu bem para o cenário brasileiro, com direito a
opcionais atrativos como sensor de ré (de série para as versões high up!
e BWR), bancos de couro e aparelho multimídia com navegador GPS e tela
sensível ao toque (sem entrada para USB, lamentavelmente). Se ele vai
desbancar o Gol na liderança das vendas, só o tempo e os preços oficiais
que dirão.

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