Primeiro modelo da marca no Brasil aposta em boa lista de equipamentos.
Vendas do sedã começam em março, com previsão de preço de R$ 50 mil.

O time de montadoras chinesas presentes no Brasil ganhou um reforço. A Geely
Motors inaugurou na última terça-feira (21) seu centro administrativo e
operacional na cidade de Itu (SP), e anunciou o início das vendas do
sedã médio EC7 para março.
Em abril estreia o hatch compacto GC2. A
Geely é proprietária da sueca Volvo desde 2010, marca reconhecida por
itens de segurança, e será representada no país pelo Grupo Gandini,
responsável também pela sul-coreana Kia.
O EC7 chega mirando outro chinês, o JAC J5. Mas também pretende “roubar” clientes de Fiat Linea, Chevrolet Cobalt, Honda City, e, eventualmente, Toyota Corolla e Honda Civic.
Para tentar se firmar no mercado, tem como principal atrativo o preço
que, embora ainda não esteja definido, deve ficar na casa dos R$ 50 mil.
“O preço será divulgado em meados de fevereiro. Até lá iremos estudar o
mercado e observar a variação da cotação do dólar”, afirma o presidente
da Geely Motors do Brasil, Ivan Fonseca e Silva.
O sedã será oferecido em versão única. Ela traz motor 1.8 de 130
cavalos a gasolina com recursos de construção refinados para esta
categoria, como bloco e cabeçote de alumínio e comando de válvulas
variável na admissão, este último apenas presente no Jac J5 e no Honda
City, entre os rivais. O torque, de 16,9 kgfm é obtido a 4.400 rpm,
enquanto o câmbio é manual, com cinco marchas. O conjunto é fabricado
pela própria Geely. O EC7 faz de 0 a 100 km/h em 12 segundos, e atinge 185 km/h de velocidade máxima, diz a marca.

Entre os equipamentos há ar-condicionado digital, direção hidráulica,
vidros e travas elétricos, acionamento automático dos faróis, volante
com regulagem de altura, retrovisores com repetidor de pisca, sensor de
ré, lanternas com LED, som com CD-player, MP3 e entradas auxiliares e
rodas de alumínio aro 16.
Além de uma lista de itens de série compatível com a categoria, a Geely
também aposta no quesito segurança, estratégia semelhante à da Volvo. O
EC7 foi avaliado pelo Euro NCAP
(instituto independente que realiza testes de segurança em veículos) em
2011 e obteve 4 estrelas entre 5. O feito foi motivo de elogios do
instituto, que o classificou como um marco para carros chineses.
O modelo vendido no Brasil traz freios a disco nas quatro rodas,cintos
de segurança de três pontos para todos os ocupantes, sistema de fixação
rápida para cadeirinhas Isofix,
além dos obrigatórios airbag duplo e freios ABS, este último com EBD
(que distribui a força de frenagem entre os eixos, de acordo com a
demanda).

Primeiras impressões
O sedã mostra evolução em relação aos primeiros chineses vendidos no
Brasil, com uma boa construção geral, confirmando o discurso da marca de
apostar em qualidade superior na comparação com os outros automóveis
importados da China. No país de origem, o EC7 é vendido pela Emgrand,
marca premium da Geely.
Mesmo com o discurso e a boa impressão geral, o EC7 não está livre de
pequenos descuidos. Há parafusos aparentes no porta-óculos e os
plásticos da cabine são duros. Porém, não há rebarbas e os encaixes são
justos.

construção, sem rebarbas (Foto: Divulgação)
Os bancos, de couro sintético, possuem uma espuma com rigidez maior do
que a de costume, o que os torna duros. A cabine tem desenho de bom
gosto, sem exageros, com predominância da cor preta. O painel de
instrumentos de iluminação azul conta com pequena tela com dígitos
brancos que traz informações do computador de bordo.
Com 4,64 m de comprimento, 1,79 m de largura e 2,65 m de entre-eixos, o
EC7 leva vantagem em relação aos concorrentes diretos, e chega a ser
maior inclusive do que o Corolla, que tem, respectivamente 4,54 m, 1,76 m
e 2,60 m. O espaço é bom para quatro adultos. A Geely anuncia
porta-malas de 670 litros, o que faria dele um dos maiores da categoria.

(Fotos: Divulgação)
O EC7 possui linhas clássicas, sem exageros estilísticos. Na traseira, é
quase impossível não lembrar da antiga geração do Mercedes-Benz Classe
S. Os dois modelos possuem em comum a barra cromada que corta a tampa do
porta-malas horizontalmente. As lanternas têm um formato parecido,
enquanto o corte da tampa do porta-malas é idêntico nos dois sedãs.
Ao volante
O G1 avaliou o EC7 em um percurso de aproximadamente 30 km, entre as cidades de Itu e Jundiaí (SP).
Os 130 cv do motor 1.8 proporcionam agilidade na cidade, sensação
reforçada pelo bom escalonamento do câmbio manual de cinco marchas. Mas
na estrada, o desempenho não empolga quem busca uma tocada mais
esportiva. Para realizar ultrapassagens, o motorista precisará de
reduções de marcha, já que as retomadas são um tanto “preguiçosas”.
A suspensão possui bom acerto, pois filtra bem as imperfeições do
asfalto sem ser excessivamente mole. Já a direção hidráulica é macia em
manobras na cidade, porém não tem a progressividade de se tornar mais
dura na estrada. Não foram divulgadas informações de consumo.
Conclusão
O EC7 tem a seu favor o nível de equipamentos e itens de segurança,
além da boa reputação nos testes internacionais. O conjunto mecânico não
compromete, mas também não se destaca diante da concorrência, sobretudo
por não ter a opção de abastecer com álcool e por ofertar somente
câmbio manual. O motor flex virá, mas só em julho, diz a montadora. Para
o início de 2015 está prevista a chegada do câmbio CVT, com cinco marchas simuladas.
O fator decisivo para o bom desempenho no mercado será o preço. Se
chegar custando os R$ 50 mil prometidos, será uma opção para quem não
tem como pagar os mais de R$ 60 mil pedidos pelos sedãs japoneses e quer
um modelo maior do que os sedãs compactos disponíveis no mercado. Outro
desafio será o pós-venda, com uma rede que nasce pequena.
15 concessionárias
A Geely inicia as operações no Brasil com 15 concessionárias, a maioria
delas nas regiões Sul e Sudeste. Haverá apenas duas fora destas
regiões, uma no Centro-Oeste e outra no Nordeste.
Segundo o gerente de pós-venda da Geely, Oswaldo Jardim, apesar da
pequena quantidade de pontos de assistência, os distribuidores foram
credenciados para ser uma referência em qualidade de atendimento. “Temos
o objetivo de prestar um bom serviço de assistência. Preparamos bem a
rede autorizada, e não estamos fazendo como outros fabricantes chineses
que chegam com uma rede maior e um serviço deficitário. Nosso
crescimento será gradual”, diz. Até o final do ano, a Geely pretende
inaugurar outras 10 concessionárias, com foco no Nordeste e no
Centro-Oeste.

A previsão de vendas para o primeiro ano de atividades é de 3.500
unidades, sendo que a estimativa é de que o EC7 represente 40% do total.
Os outros 60% devem ser preenchidos pelo GC2.
O hatch compacto chega em abril, com preços na casa dos R$ 30 mil, já
com motor 1.0 de três cilindros flex. O EC7 se torna flex em julho.
Segundo David Chen, gerente de produto da Geely, o motor está em fase
final de homologação. "Provavelmente ele irá manter a potência de 130
cv, tanto na gasolina, como no etanol", afirma.
Para escapar da sobretaxação de 30 pontos do IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados) para importados de fora do Mercosul ou
México, a Geely adota estratégia semelhante à da conterrânea Lifan. Tanto o EC7 como o GC2 são feitos no Uruguai por CKD (do inglês "Completely Knocked Down").
O processo consiste nas peças chegarem da China desmontadas, em caixas e
são montadas em uma fábrica recém-inaugurada. "A planta de Montevidéu
foi feita para uso exclusivo da Geely. A semelhança com a fábrica do Kia
Bongo é
a empresa responsável por construir os carros", diz Chen. A planta tem
capacidade para 20.000 veículos, mas pode ser expandida para 50.000
unidades, caso a demanda exija.
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Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/
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